segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Desenhistas: Mark Crilley

segunda-feira, 27 de outubro de 2008 4
Mark Crilley, criador da série de mangá "Miki Falls"... Como o próprio autor diz, é a única pessoa louca o suficiente pra fazer um vídeo chamado "100 maneiras de desenhar olhos de mangá" no Youtube.
São dez minutos onde a gente vê não só olhos diversos, mas diversas técnicas: canetas marcadoras, lápis dermatográfico, nanquim à pena, à pincel, aquarela, etc...

© Mark Crilley - 2008
Vale ver o perfil dele no Deviant, pra ver os olhos em alta resolução.
Visite a página dele ou faça uma busca no youtube que você vai achar uma pancada de video-aulas de mangá.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Desenhistas: Donald Soffritti

sexta-feira, 24 de outubro de 2008 0
Já ouviu falar de Donald Soffritti?

Mas já deve ter recebido por email um grupo de cartuns mostrando o futuro dos heróis, ou os heróis em decadência, todos aparentando sua idade avançada e bem debilitados, razão talvez dos inúmeros esforços empregados em vida...

Recebi o tal email, gostei muito do traço e ao ver a assinatura fiz uma busca no Google, onde deparei com o blog do cara.

Donald Soffritti é um quadrinista italiano, da nova safra de desenhistas europeus, de traço caricato preciso e eficaz. sua visão da decadência dos heróis (e recentemente ele anda produzindo vilões decadentes também - o Bizarro, na postagem de 24 de setembro de 2008, está impagável) acaba de ser reunida num livro, uma coletânea de 40 imagens como as mostradas abaixo, a ser lançado em Lucca.

© Donald Soffritti - 2008

Me lembra muito um excelente trabalho em cartum do mestre Ziraldo, lá pelos anos 70, dos "Zeróis", onde se via um Capitão América de cadeira de rodas, um Super-Homem de bengala e outros... Assim que eu encontrar essa outra imagem posto por aqui. Por enquanto divirtam-se com o traço do cara.

© Donald Soffritti - 2008
© Donald Soffritti - 2008

© Donald Soffritti - 2008



© Donald Soffritti - 2008

© Donald Soffritti - 2008

© Donald Soffritti - 2008

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Gibacartum: Vídeo-demonstração

terça-feira, 21 de outubro de 2008 0
Nos links aí ao lado, tem a página-portifólio do meu amigo Gilberto Assis, o Giba.
Caricaturista de traço rápido e limpo, fã de hachuras e ilustrador de revistas, pôsteres, livros e tudo o mais. Destaco nessa postagem o vídeo que ele colocou na página de abertura, que dá pra ver bem o trabalho do cara e dá umas dicas "vapt-vupt" nos temas básicos do desenho em geral. Vale a olhadela.


© Gibacartum- 2008
Quer conhecer mais do trabalho do cara?
Clica em "Gibacartum - Ilustração", aqui, ou nos links "PPO", na barra à sua direita.
Abração, Giba!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Aula #006 - Desenho - Prof. Fabio

segunda-feira, 20 de outubro de 2008 8
Exercitando o olhar: Divisões proporcionais.
Agora que já faz um mês, acredito, que você está treinando traçado, é hora de começar a exercitar o olhar.
Material: papel sulfite, lápis grafite HB.
Postura e empunhadura do lápis: a mesma, ainda.
Não há necessidade de margens... apenas as fiz para que ficasse mais didático. Imagine as margens pretas do meu caderno como as extremidades de sua folha sulfite. Divida a parte superior da folha ao meio, a olho, sem medir , dobrar ou usar qualquer artifício. Se alguém lhe oferecesse meio chocolate e na hora de dividir a barra lhe desse a parte menor você ia chiar, não é?
Portanto você sabe onde é a metade, oras!

© Fabio Vicente - 2008

Repita a mesma divisão na parte inferior, sem olhar para a medida de cima, sem medir, dobrar... ah, você sabe!Coloque seu estojo ou a borracha na parte superior, cobrindo a marca, pra não te dar tentação de usar a mesma medida.


© Fabio Vicente - 2008

Passe uma linha, à mão livre entre essas medidas, sem ficar retocando ou apagando. Traço firme, que eu acho que já deve estar bem melhor que nos primeiros exercícios.


© Fabio Vicente - 2008

A altura da folha deve ser dividida em três partes iguais. Chute uma medida para 1/3. "E se eu errar?" Se errar, apaga, e chuta de novo, oras. Dica: aproxime a ponta do lápis, sem riscar, e observe (imagine) se a mesma medida cabe duas vezes (olha o chocolate denovo!) no espaço que sobrou. Marcou? Aí é só dividir o pedaço restante ao meio e conferir se ficaram três partes iguais.Repita a operação na outra extremidade do papel e risque as linhas.


© Fabio Vicente - 2008
Se você fez tudo direitinho a folha vai ficar assim:

© Fabio Vicente - 2008

Parênteses: por quê estou insistido tanto com o dois e com o meio, mesmo nessa medida de três partes? Porque nosso sistema cognitivo está habituado desde que o mundo é mundo a reconhecer os pares, a simetria. Nosso rosto é simétrico! Não é à toa que vemos rostos em tomadas e em automóveis...

Prosseguindo: em cada espaço faça uns seis segmentos de reta em tamanhos e posições variadas conforme aparece na figura abaixo.

© Fabio Vicente - 2008

A idéia é a seguinte: cada segmento deverá ser dividido em 2, 4, 3, 6, 5 e 15 partes iguais, em cada uma das divisões da folha, sem girar o papel, na posição em que se encontram. Assim, os segmentos contidos no espaço 1 serão, todos, dividos ao meio, sem rodar a folha nem fazer contorcionismo.

© Fabio Vicente - 2008

No segundo espaço dividimos ao meio, e cada metade restante... ao meio! Assim temos segmentos divididos em 4 partes.

© Fabio Vicente - 2008

No terceiro, dividiremos todos em 3 partes. Lembre: ache o terço, e antes de riscar olhe se cabem dois dele no espaço restante. Ainda que não saia, faça esse esforço e use esse pensamento. é a lógica de se achar o terço, sem régua ou cálculos.

© Fabio Vicente - 2008

No quarto espaço, a divisão é em seis partes. Você pode dividir o todo ao meio e cada metade em três ou o todo em três e cada parte ao meio. Tanto faz. Só não tente achar a sexta parte isolada das outras que vai ser muito difícil de acertar e foge ao propósito da atividade.

© Fabio Vicente - 2008

No quinto, ache o quinto. Uma das divisões mais complicadas. Mas há um macete: chute a medida de 1/5 ao meio (chocolate... simetria...). Mas como vou saber se tem realmente 1/5? Verifique se no espaço que sobrou nos cantos cabem duas partes iguais a esta central à direita e duas à esquerda (Chocolate! Simetria!). Deu errado? Apague e comece da divisão de 1/5 localizada ao meio.

© Fabio Vicente - 2008

No sexto espaço vamos chutar o pau da barraca: cada 1/5 será dividido em 3 partes. Então, divida em cinco partes e cada fração em 3 ou vice versa. Ninguém vai ser louco o suficiente pra encontrar 1/15 de uma vez só, isoladamente, né?

© Fabio Vicente - 2008

O resultado final fica meio feioso, mas o que vale é o treino dos olhos no transporte de medidas e nas divisões.

© Fabio Vicente - 2008

Inclua uma atividade DIÁRIA de divisão proporcional às suas sessões de aquecimento. Bons desenhos!


quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Aula #005 - Desenho - Prof. Fabio

quarta-feira, 8 de outubro de 2008 4
Mais variações no aquecimento

Continuaremos com o plano original... Ainda é momento de exercícios de repetição, os aquecimentos. Aí vai mais uma variação para não se enjoar. Mais uma vez repito: a base são linhas retas em vários sentidos e círculos.Esse é como o primeiro, um típico exercício de repetição de retas e círculos, mas só vai dar resultado eficaz se a empunhadura e a movimentação do braço estiver bem treinada. O mesmo procedimento de sempre: aponte o lápis e aplique as linhas empunhando como um martelo, envolvendo o lápis (A) e depois apoiando o dedo sobre ele (B) usando-o deitado (c) (d)...


© Fabio Vicente - 2008

... E o braço pode ter contato com a mesa, mas deve deslizar solto. Não se apóie nas costas da mão, nos punhos ou nos cotovelos. Mas também não erga o cotovelo. Deslize o braço e não ponha força no traço.

A primeira providência é dividir a folha de sulfite ao meio, com seu lápis HB, e a metade supeior deve ser dividida ao meio vertical e horizontalmente, como mostra o diagrama abaixo.


© Fabio Vicente - 2008

Coloque a folha numa posição confortável para o braço, alinhada com o antebraço, e não a gire, em momento algum, até o final do exercício.


© Fabio Vicente - 2008

Na parte superior faça traços leves individuais, usando a velocidade para traços firmes que, a esse ponto, acredito que você já tenha descoberto. Não cobre a precisão de traços feitos à régua, principalmente porque existem posições onde o braço terá mais dificuldade com o movimento.Assim, no primeiro espaço, execute linhas paralelas, bem próximas, inclinadas, de baixo para cima, da esquerda para a direita. No segundo espaço, linhas inclinadas, de baixo para cima, da direita para a esquerda. No terceiro, linhas inclinadas, de cima para baixo, da esquerda para a direita. No quarto, inclinadas, de cima para baixo, da direita para a esquerda, conforme mostra o gráfico a seguir.


© Fabio Vicente - 2008

Na metade inferior (5), vá fazendo um traçado em espiral, contínuo, de dentro para fora, a partir do centro, mantendo o formato geral sempre redondo (isso é o mais importante!), aumentando até tocar a borda do papel.


© Fabio Vicente - 2008

O resultado final vai ficar como no desenho abaixo.



Aquecimento #3 © Fabio Vicente - 2008

Hora de reelaborar o plano de estudo:

Primeiro dia: sessão curta, 20 minutos Aquecimento 1 e 2.
Segundo dia: Sessão um pouco mais longa, sem controle de tempo, aquecimento 2 e escala tonal.
Terceiro dia: Aquecimento 2 e 3, sessão curta, 20 minutos.
A partir do quarto dia: Repetir a seqüência do primeiro dia...
Algo que eu não disse por aqui, ainda: Não é que seja proibido, durante esses quatro meses iniciais, desenhar algo além dos aquecimentos. Só não se pode cobrar resultados por enquanto... após esses quatro meses a gente começa com treinos dirigidos de desenho.
É isso.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Boneca dos olhos Duros - Diário de bordo #001

segunda-feira, 6 de outubro de 2008 0
Da esquerda para a direita: Maus, a inspiração; o conto ao meio; e as anotações da decupagem.

"A Boneca dos olhos duros" é uma crônica publicada nos "Fragmentos Literários" da Academia Guarulhense de Letras, em 1992, pelo escritor e jurista Bismael B. Moraes (que, a propósito, é meu pai). É um relato emocionante, de forte crítica social... uma visão sobre o natal dos desfavorecidos. É um texto que meu pai gostaria de ver transposto para o mundo das imagens... "Daria um curta-metragem excepcional", como ele sempre diz.
Concordo.
E já que não sou cineasta e nem trabalho para a indústria do cinema vou buscar as ferramentas de que disponho para realizar esse sonho de meu pai: o conto triste de natal vai virar quadrinhos. Desde que li o ótimo "MAUS", de Art Spiegelman, quadrinho vencedor do prêmio Pulitzer - feito inédito para a arte seqüencial, considerada por muitos ainda como sub-arte ou coisa de criança - confesso que amadureci a idéia de tranformar em HQ alguns dos muitos contos escritos por esse pernambucano de Catende, hoje com mais de 70 anos, 17 livros e mais de 300 artigos publicados.
Estou lendo e trabalhando nessa idéia há mais de seis meses. Nesse final de semana finalmente a produção iniciou. Primeiro, os quadrinhos estão no meio termo entre a literatura e o cinema. Então não dá pra adaptar 100% imagem ou 100% texto. Fidelidade é necessária pra não perder o clima geral do conto, mas ao mesmo tempo, cada imagem criada é uma nova leitura e a visão já se torna mais pessoal. É aí que se pode criar uma obra memorável, ou se destruir algo que funcionava muito bem no original. Quantos filmes baseados em livros que já assistimos em que ficamos com a sensação de que alguém estragou a magia da leitura?
Dessa forma, estou na fase mais difícil da adaptação, que é a da elaboração das idéias em forma de imagem. Decupagem é o termo técnico.
Consiste na leitura de cada trecho e na descrição da ação, do enquadramento e do cenário para cada quadrinho futuro. Pela minha estimativa vai dar uns 60 quadrinhos... aplicando timing, paginação, diagramação, plots, solilóquios e etecétera vai dar, no mínimo, umas dez páginas.
Como esse blog tem um cunho bastante didático, pra efeito de exemplificação do que seria essa decupagem, mostro o trecho a seguir.
Trecho do original:
"Nos cruzamentos da vida, muitas histórias se repetem; mas nunca são iguais, pois as experiências advindas
permitem, aos que ainda têm um coração que sente, o descortinar de realidades que, embora aparentemente inofensivas, despontam duras e cruéis.
Quem poderia pensar que, algum dia, o nordestino Deolindo da Silva, de cortador de cana, nascido em Delmiro
Douveia, na Paraíba, fosse encontrar, em um bairro de São paulo, chamado Ermelino Matarazzo, a interiorana Zuleica Libório, natural de Teodoro Sampaio, no Estado bandeirante. Pois é. Aconteceu."
Pra manter o clima do original e ser uma adaptação mais fiel, mantenho a voz do narrador ao longo de toda a história em recordatórios, mesclando o texto ao quadrinho, como recomenda o Mestre Eisner e como encontramos nas melhores HQs de Miller.
As cenas decupadas para esse pequeno trecho geraram 4 imagens:
1. Plano Geral, Vista aéres de Ermelino Matarazzo, São Paulo/SP, mostrando trânsito, faróis e um ponto de
ônibus.
2. Plano geral, mais próximo do ponto de ônibus, onde vemos várias pessoas. O pedreiro Delindo verificando a
chuva, com o braço estendido e Zuleica chegando ao ponto correndo, protegendo-se da chuva com a bolsa ou com uma sacola.
3. Plano Geral, Casa de pau a pique, no árido da caatinga, onde vemos uma família numerosa com um menino
pegando algo numa sacola.
4. Plano geral mais próximo, quase um médio primeiro plano, Deolindo, na mesma pose do menino procura um guarda chuva na mochila surrada que carrega consigo.
Conseguiu visualizar o clima?
Pois foi assim que iniciei a decupagem do texto.
Já estou me encaminhando para a metade da história.
Se pegar firme, um pouco por dia, em dois ou três dias termino essa fase.
O próximo passo será o estudo de cada cena em desenho, pra ver se essas idéias funcionam. Só depois os desenhos serão organizados na forma de layout das páginas e a gente poderá chamar o serviço de "roteiro de quadrinhos".
Mas em breve postamos outros passos nesse diário de bordo.
Aperte os cintos e boa viagem.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Aula #004 - Desenho - Prof. Fabio

quarta-feira, 1 de outubro de 2008 11
Capa de um dos meus cadernos de desenho © Fabio Vicente - 2007

Uso dos lápis - diferenciando os tipos

As escalas F, H e B correspondem a graus diferentes de dureza de grafites.

Encontramos essas graduações nos lápis, nas minas de grafite para lapiseiras e nos bastões de grafite integral.

A rigor, grafite é pra riscar e ponto final. Tem desenhista que usa apenas um tipo de lápis e se vira bem no desenho, portanto a escala serve, principalmente, para acabamento.

O F é o grafite mais duro... por mais que se ponha força no traço ou na sombra aplicada o resultado é uma tonalidade cinza clara. Também pelo grau de dureza é um grafite que marca muito o papel, sendo inadequado para esboço. É usado em trabalhos que necessitem precisão: bem apontado é bastante usado em desenho geométrico, geometria descritiva, desenho técnico e perspectivas técnicas (cavaleira, isométrica, militar, explodida e cônica).

A Família H é uma família intermediária, de grafites duros à médios. Quanto maior a numeração, maior o grau de dureza: Ex. 6H - muito duro; 2H - menos duro.Muitos deles também são (ou eram) usados na área técnica (porque com os CADs da vida, a prancheta está morrendo aos poucos...), pela facilidade de apagar e pelos traços não serem muito fortes para construções.

Existe o intermediário entre esta família e a família B, o HB.

Também conhecido como lápis número 2 (sim, aquele que a gente usa na escola!) é o grafite de uso mais comum. Como está no ponto intermediário entre os lápis duros e os macios é o mais utilizado para escrita e para esboços, porque permite um escurecimento razoável quando pressionado sobre o papel, marcando menos que os da família H. Num caso de se precisar apagar quanto menos se marcar o papel melhor. Por isso é o lápis mais indicado para esboços (Roughs, Sketches... seja lá qual for o nome que você dê para os estudos iniciais).

Por fim, a família B, os mais macios usados para acabamento. Quanto maior o número, maior o grau de maciez. O 2B é muito usado para estudos porque sua maciez permite sombreamento e não é tão difícil de apagar. Acima de 3B são muito macios e borram quando se apaga. O limite da maciez é o 9B - eu nunca passei do 6B...

Eu acho que só de olhar ele se esfarela... hehehe...

Mas os mais macios são perfeitos para sombreamento pois soltam mais pó de grafite no papel, permitindo o esfumaçamento.
Em linhas gerais é isso. Recomendo o uso, para quem quer descobrir os recursos das famílias de grafite, de três ou quatro variações de grafites num mesmo desenho (ex: HB - linhas finas e pequenos detalhes, 2B - sombras claras e texturas à traço, 4B - sombras médias, áreas de ligação e esfumaçamento e 6B - degradês onde é necessário a tonalidade mais escura e traços grossos e fortes).

Conselho: treine antes cada um deles experimentando traçados, escalas tonais, apagar e esfumaçamentos. A partir daí escolha os que você melhor se adapta.
 
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