Ferrari Enzo - Ferrari™ © Fabio Vicente - 2007.
80 X 60 cm - Coleção particular
80 X 60 cm - Coleção particular
Não é uma reprodução fiel desta "macchina"... é mais uma caricatura automobilística que fiz de presente pro meu filho. Caricatura de automóvel? É. Mantém a mesma linguagem gráfica das minhas telas anteriores: as pinceladas grossas, acabamento com toques de hachuras sutís nas sombras e nos brilhos e contorno evidente. Se você esperava hiper-realismo é uma decepção... Mas meu talento não chega a tanto. Prefiro manter-me fiel ao meu estilo tosco, por enquanto. Pode torcer o nariz. Já me perguntaram se eu faria desses pra vender e fico pensando quem iria comprar... Não que não tenha ficado satisfeito. Saiu exatamente do jeito que planejei. Mas acho que em matéria de carros as pessoas gostam de um estilo mais fiel à realidade. Já esteve na parede do quarto de meu filho, que é fanático por carros - e Ferraris - desde bebezinho. Como ele divide o quarto com a irmãzinha agora, o quadro foi para a sala. Mas continua sendo dele.
Hot Wheels® e Ferrari™ © 2007 - Mattel, Inc.
Como não se trata de uma reprodução fiel, busquei uma miniatura pra copiar as linhas gerais do automóvel. Para uma reprodução hiper-realista o melhor é trabalhar com referências fotográficas em várias posições.
© Fabio Vicente, 2007
A primeira fase do trabalho é o esboço. Não tenha pressa e procure captar os detalhes principais do tema a ser trabalhado. Trabalhei com um painel de 80 X 60 X 3 cm e esbocei com lápis 2B, com a ponta não muito fina.
© Fabio Vicente, 2007
Ao desenhar numa tela - ou painel, como é o caso - os traços têm que ser mais precisos, pois o excesso de grafite aparece na transparência da tinta acrílica. Evite ficar apagando: 1. Tecido não apaga direito: borra; 2. ao apagar você força a fibra do tecido e o afundamento na tela não desaparece mais.
© Fabio Vicente, 2007
Detalhes que achei que ficariam bacanas: um logo estilizado no canto superior...
© Fabio Vicente, 2007
...e o nome abaixo, como uma assinatura, pra ficar com cara de figurinha, uma vez que o painel foi criado para meu filhão.
© Fabio Vicente, 2007
Uma tática que usei pra preservar as áreas a serem trabalhadas depois foi mascarar as bordas com fita crepe.
© Fabio Vicente, 2007
Graças a esse recurso foi possível realizar as manchas do fundo e e da faixa central sem perigo de borrar sobre o carro. Uma mancha em tinta à óleo é perfeitamente contornável, mas a tinta acrílica é mais ingrata, por sua relativa transparência. Principalmente quando se usa uma diluição próxima à textura de um iogurte líquido, que é o jeito que costumo trabalhar.
© Fabio Vicente, 2007
Acrescente à essa equação a velocidade do trabalho: devido à secagem rápida da tinta a probabilidade de acidente é grande. Portanto, a máscara ajuda muito. Para fazer as faixas verde e vermelha usei o mesmo recurso de mascarar com fita crepe sobre as áreas de tinta seca. Uma mancha agora iria estragar o fundo do trabalho, pois ia ser tinta sobre tinta!
© Fabio Vicente, 2007
Neste detalhe vemos uma área de pintura após a retirada da fita crepe. Perceba que a segurança de se evitar a mancha não é 100%... na faixa vermelha a área sem tinta não ficou tão protegida quanto na faixa verde, mas as pequenas manchas são mais fáceis de disfarçar, principalmente se o estilo de pintura trabalha com contornos no final, como é o caso.
© Fabio Vicente, 2007
Na parte inferior do carro, antes de retirar as fitas além de trabalhar a mancha do fundo do quadro e das faixas, procurei fazer a sombra do carro com o pincel chato largo (nº 24), com leves toques inclinados, em cada área de cor separadamente. Na área branca, com azul e cinza; na vermelha, com preto e marrom; na verde, com azul escuro e um verde acinzentado... toda gama de cores deve ser planejada antes e preparada de uma vez só, porque a tinta seca rapidamente.
© Fabio Vicente, 2007
Para o carro, trabalhei com pincéis menores, variando entre os números 0, redondo, e 4, 8, 10, 16 e 24, todos chatos, que são os de minha preferência. A mesma dica cabe aqui: a cor do carro, dos brilhos, sombras e reflexos devem ser criados de uma vez só. Detalhes como os vidros, os faróis e as rodas são feitos separadamente. Planejar as fases economiza muito as tintas.
© Fabio Vicente, 2007
Nestes 2 detalhes dá pra perceber bem o estilo empregado onde eu trabalho contornos e leves hachuras nos brilhos e nas sombras. depois de trabalhar os detalhes da carroceria e dos vidros é que eu vou para os faróis e as rodas.
© Fabio Vicente, 2007
O logo no canto foi trabalhado como uma mancha, com brilhos, sombras e hachuras leves para combinar com o resto do quadro.
© Fabio Vicente, 2007
Detalhes finais como faróis e o logo na carroceria são as últimas coisas a acrescentar.
© Fabio Vicente, 2007
Por fim, todo painel exige pintura lateral, pois não necessita de moldura, como as tradicionais telas. sua espessura mais larga e o acabamento em grampos no verso, ao invés da lateral como nas telas, dão um toque de simplicidade que sempre me agradaram muito. Daí minha preferência por painéis ao invés de telas.
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